No Que Cremos
A Fundação para Restauração do Novo Testamento é parte de um crescente corpo de servos do Senhor que percebeu a importância de seguir os padrões da igreja do Novo Testamento. Nós colocamos em nossos corações a crença de que a Bíblia é nossa autoridade final, não apenas em matéria de fé, mas também em matéria de práticas. Nós vemos importância e influência teológicas nas distintas tradições da igreja apostólica.
A expressão “restauração” no nome da Fundação não reflete a crença, de nossa parte, de que a igreja verdadeira tenha, de qualquer modo, deixado de existir depois do tempo dos apóstolos. Deus tem guiado e preservado Seus eleitos através dos anos. Nós nos sentimos profundamente devedores àqueles que nos precederam e de boa vontade permaneceram fiéis. A idéia de “restauração” nasceu do nosso desejo de ver as práticas do Novo Testamento (ortopraxis) restauradas na igreja de hoje, assim como a teologia do Novo Testamento (ortodoxia) foi restaurada durante a Reforma.
Nós buscamos ajudar aos outros a recuperar a intimidade, a simplicidade, a responsabilidade e o dinamismo da igreja do primeiro século. Nossa meta é oferecer, sem qualquer custo, recursos e treinamento sobre como a igreja primitiva se reunia coletivamente, em comunidade. É claro que isso não representa que a Fundação vive de brisa. Embora não peçamos nenhuma contribuição, nós agradecemos a generosidade dos que se mostrarem inclinados a ajudar no atendimento às nossas despesas. Isso, sem nenhuma pressão ou idéia de cobrança.
Todos nós, associados à Fundação, acreditamos nas Doutrinas da Graça contida na Teologia do Novo Testamento (New Covenant Theology) e concordamos com a Declaração de Chicago quanto à Inerrância da Bíblia. Os pontos essenciais da fé que praticamos são idênticos àqueles encontrados nas declarações de fé de qualquer instituição evangélica bem fundamentada. Nossa principal declaração de fé é a Primeira Confissão Batista de Londres, de 1644 (First London Baptist Confession of 1644), disponível na NTRF, provisoriamente apenas em inglês.
Veja, a seguir, algumas das práticas apostólicas que gostaríamos de ver restauradas:
Igrejas que se reúnem em residências, ao invés de em edifícios especialmente projetados:
- Esta é a forma de se reunir da igreja do Novo Testamento. Deus escolheu as “coisas fracas” como meio de atingir Seus propósitos (I Coríntios 1:27-29) e não equipara tamanho a competência.
- A igreja deve ser operada como uma família, não como uma empresa.
- As instruções deixadas pelos apóstolos sobre como deveriam ser as igrejas, foram dadas tendo em mente igrejas domiciliares. Essa a razão pela qual as instruções funcionam bem em igrejas domiciliares e não tão bem em grandes igrejas.
- Reuniões domiciliares fomentam comunidade, intimidade e responsabilidade entre os membros do corpo de Cristo, a igreja.
- Sem demasiadas despesas (como as de construção e equipamento de um edifício), as finanças são dirigidas para as pessoas necessitadas e para o custeio de missionários.
- A igreja e a unidade familiar devem ser integradas, não segregadas.
Reuniões de igrejas que sejam informais e interativas:
- Todos os irmãos devem participar do culto, para edificação do corpo como uma só peça (I Coríntios 14). Participação aberta deve ser a regra, não a exceção.
- A única declaração peremptória sobre o culto das igrejas do primeiro século é encontrada em I Coríntios 14. Ela determina que “todos” (14:26) têm algo com que contribuir e o resultado é a edificação do corpo. Sermões de 45 minutos feitos por um só homem enquanto os outros permanecem em silencio eram inexistentes nos cultos das igrejas do Novo Testamento.
- O objetivo das reuniões no Novo Testamento é a mútua edificação e não louvor de produção espetacular (embora o louvor seja um meio através do qual a igreja pode ser edificada).
A Ceia do Senhor celebrada semanalmente, como uma completa refeição de comunhão, com o uso de um só pão e um só copo:
- A ceia do Senhor foi o motivo principal para as reuniões da igreja no Novo Testamento (Atos 20:7, I Coríntios 11:18-20, 11:33).
- A Ceia do Senhor consistia numa refeição completa, não num pedaço de biscoito salgado e um copinho de suco de uva (I Coríntios 11:21, Atos 2:46 e Judas 12).
- Durante a refeição deve haver um pedaço de pão e um único copo (I Coríntios 10:16-17). Essa particularidade, Paulo nos instrui, gera unidade no corpo.
- A atmosfera da Ceia do Senhor é alegria, contentamento (Atos 2:46) e não reflexão solene, pois o foco do acontecimento é a prazerosa antevisão da volta do Jesus e não a indignidade dos participantes.
Direção da Igreja por Consenso do Corpo
- A direção da igreja deve ser feita por consenso de todos os membros. Isso não é o mesmo que o domínio da maioria, mas o domínio da integralidade!
- As igrejas devem ser orientadas pelos anciãos ao invés de governadas pelos anciãos.
- A autoridade deve estar com a integralidade dos membros da igreja e não com seus anciãos.
- Os títulos “anciãos”, “bispos” e “pastores” são usados no Novo Testamento indiferentemente e se referem ao mesmo tipo de pessoa. Anciãos (ou pastores) da igreja devem ser seus caseiros (ou serviçais). Idealmente, devem ser treinados por outros líderes da própria igreja e não por professores de seminário (II Timóteo 2:2).
- Anciãos (ou pastores) da igreja precisam apresentar primeiramente qualificações morais e não títulos acadêmicos (I Timóteo 3, Tito 1).
- Anciãos (ou pastores) da igreja devem prioritariamente proteger o rebanho e não apresentarem sermões de 45 minutos. Sua função é de apoio de retaguarda.
Otto Amaral (01/03/2007)
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