IGREJAS DOMICILIARES
House Churches – Portuguese – Rev. 12/14/06
Steve Atkerson
Que a igreja cristã originalmente realizava suas reuniões principalmente em residências é do conhecimento comum e ponto pacífico (Atos 16:40, 20:20, Romanos 16:3-5, 1 Coríntios 16:19, Filemom 1:2 e Tiago 2:2). Porém, menos conhecido é o fato de que a igreja primitiva continuou essa prática por centenas de anos, bem depois de serem completados os escritos do Novo Testamento. C. F. Snyder observou que “a igreja do Novo Testamento começou como uma pequena igreja domiciliar (Colossenses 4:15) e assim continuou até a metade ou o fim do terceiro século. Não existem evidências de grandes lugares de reunião, antes do ano 300 da nossa era (Graydon Snyder, Church Life Before Constantine, Mercer University Press, 1991, pág. 166). Pelo tempo que os Estados Unidos existem como nação, a prática universal da igreja foi a de reunir-se em residências. Citando novamente Snyder:” não existe evidência literária nem indícios arqueológicos de que alguma residência tenha se convertido num edifício de igreja, nem de que alguma igreja tenha sido construída antes de Constantino “(pág. 67). Porque as igrejas domiciliares foram o padrão por tanto tempo?
Perseguição?
A explicação mais comum para a existência das primitivas igrejas domiciliares foi a pressão da perseguição, similar à situação hoje existente na China. Porém, é possível que tenha havido outras razões, igualmente influentes, para a existência de congregações em residências? Suponha que não houvesse perseguição no primeiro século. Podemos assumir então que edifícios de igrejas poderiam ter sido construídos e que as congregações poderiam ter se mudado para prédios enormes, limitados apenas pelas dimensões do maior edifício encontrado na localidade?
É freqüentemente ignorado que os seguidores de Jesus muitas vezes se encontravam em residências, enquanto simultaneamente iam “caindo na graça de todo o povo” (Atos 2:47). A perseguição nunca foi um fator influente. Baseados em 1 Coríntios 14:23 (“Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar e… entrarem indoutos e incrédulos…”), entendemos que era possível que não crentes também freqüentassem as reuniões da igreja e que, então, elas não eram sempre secretas para os de fora. Simplesmente não é verdade que os antigos crentes foram perseguidos sempre e em todos os lugares. Perseguições antes de cerca do ano 250 foram esporádicas e sempre mais o resultado da hostilidade de grupos do que de decretos oficiais de alguma autoridade do Império Romano. Surpreendentemente, os oficiais romanos freqüentemente apresentavam atitudes ligeiramente favoráveis aos cristãos, protegendo-os de perseguições ilegais movidas por judeus incrédulos (Atos 16:35, 17:6-9, 18:12-16, 19:37-38, 23:29, 25:18-20, 25:24-27, 26:31-32). Antes de 250, o cristianismo era ilegal, mas geralmente tolerado. É fato relevante que as perseguições sistemáticas não ocorreram antes do ano de 250, com o Imperador Décio, seguido por Gallus (251-253), depois Valeriano (257-259) e finalmente Diocleciano (303-311) (Williston Walker, A History of The Christian Church, Charles Scribners Sons: New York, 1970, pág. 43). Alguém, em algum lugar, poderia haver construído um edifício especial para alguma igreja nos 200 anos anteriores a Decius, mas significativamente, nenhuma foi construída. (Inclusive na China de hoje crentes trabalham para construírem edifícios para igrejas). Isso sugere que deve existir um propósito teológico por trás das reuniões domiciliares.
Quando a perseguição irrompeu, reuniões domiciliares não impediram Saulo de conhecer exatamente aonde ir para prender os cristãos (Atos 8:3). A igreja em Roma posteriormente respondeu às perseguições promovendo reuniões em catacumbas no subsolo, que ofereciam mais proteção. Nem a perseguição, entretanto, levou necessariamente a uma mais acentuada e intencional preferência por menores congregações, do tipo domiciliar. O fato objetivo é que tudo no Novo Testamento foi escrito para igrejas do tamanho de igrejas domiciliares e o ideal de vida da igreja é mais bem expressado em congregações menores, num cenário familiar.
Pobreza?
Poderia a pobreza ser um fator decisivo na explicação da total ausência de edifícios de igrejas durante os tempos do Novo Testamento e nos séculos seguintes? Muitos dos primeiros convertidos ao cristianismo vieram do judaísmo. A construção de sinagogas era comum através do mundo mediterrâneo. Presumivelmente esse mesmo povo tinha os meios de construir edifícios de igrejas. A maioria dos convertidos nos anos seguintes era de pagãos, que antes construíam enormes edifícios para suas igrejas. Não teriam os gentios convertidos ao cristianismo capacidade de custear a construção de prédios para suas reuniões?
Que alguns ricos estavam entre os eleitos de Deus, fica claro pela advertência de Timóteo: “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos; que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos” (1 Timóteo 6:17-18). Também Tiago alertou sobre o favoritismo demonstrado para com aqueles que freqüentavam a igreja usando colares de ouro e vestindo roupas finas (Tiago 2:1-4), confirmando que essas pessoas tinham envolvimento com a igreja.
Evidência mais específica da presença de crentes mais abastados nas igrejas, podemos ver na censura de Paulo aos ricos de Corinto pelo desrespeito aos pobres, recusando-se a tomar a Ceia do Senhor junto com eles: “… Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto não vos louvo”. (1 Coríntios 11:22). A pobreza, apenas, claramente não foi um dos fatores decisivos na ausência de edifícios de igrejas durante esses primeiros séculos.
Progressão?
Alguns pensam que Deus teve a intenção de que a prática de reuniões em residências fosse uma legítima fase do desenvolvimento da igreja, um passo inicial, porém transitório, na direção da sua maturidade. Assim sendo, igrejas domiciliares seriam características das igrejas na sua infância, mas não em sua maturidade. Essas pessoas argumentam que seria correto e natural que, para a igreja crescer além dessas práticas iniciais, poderia haver o desenvolvimento de caminhos que seriam diferentes, porém incorporando as práticas dos apóstolos, como registradas nas Escrituras. Então, a construção de catedrais, a criação de grandes conjuntos de louvor, o surgimento de apenas um bispo presidindo um conjunto de igrejas, o desenvolvimento do moderno sistema hierárquico de presbitério e até a eventual fusão da igreja com o estado, depois de Constantino, são vistos como bons e positivos desenvolvimentos.
Porém, os apóstolos parecem ter tido a intenção de que as igrejas deveriam aderir aos padrões que eles originalmente estabeleceram. Por exemplo, os coríntios foram elogiados por manterem as tradições apostólicas nas práticas da igreja (1 Coríntios 11:2). Muitos dos apelos para a manutenção de várias práticas das igrejas, foram feitos com base nas práticas universais de todas as outras igrejas (1 Coríntios 11:16 e 14:33-34). Os tessalonicenses foram diretamente intimados a guardarem as tradições dos apóstolos (2 Tessalonicenses 2:15). Os apóstolos foram escolhidos cuidadosamente e pessoalmente treinados pelo Senhor. Se alguém, em algum tempo, entendeu bem os propósitos da igreja, foram esses homens. As práticas que eles estabeleceram para as atividades conjuntas da igreja certamente o foram para manter o entendimento que eles tinham acerca do propósito dessa mesma igreja. Aqueles que são liderados pelo Espírito deveriam, por respeito a Ele, preferirem Seus modelos de organização e não qualquer outra alternativa que seus próprios pensamentos criativos poderiam sugerir.
Devemos atentar também para a total ausência de qualquer instrução no Novo Testamento sobre a construção de edifícios especiais para igrejas. Isso contrasta com a legislação mosaica do Velho Testamento, que continha instruções e projetos muito específicos respeitantes ao tabernáculo. Quando os escritores do Novo Testamento se dedicam a esse assunto, eles declararam que os próprios crentes eram o Templo do Espírito Santo, as pedras vivas que, juntadas, formariam o templo espiritual, com Jesus Cristo como a principal pedra de esquina (1 Pedro 2:4-5, Efésios 2:19-22, 1 Coríntios 3:16 e 6:19). Então, podemos concluir que a construção de edifícios para igrejas é uma questão indiferente para o Senhor. E o que é pior, ela pode ser um retorno carnal às sombras da lei mosaica. A questão real não é onde a igreja se reúne, mas onde e como ela pode fazer o que Deus requer dela. A razão maior da construção de edifícios para igrejas é que eles podem abrigar mais pessoas dos que as que caberiam numa sala residencial. Entretanto, alguém pode perguntar-se como os motivos por trás da construção de um grande edifício para os cultos, desde que havendo muita audiência, pode servir para fazer fracassar o próprio objetivo para as reuniões da igreja! Grandes multidões são excelentes para serviços de louvor, encontros evangelísticos ou para ouvir pregações, porém igreja é para ser alguma coisa diferente dessas atividades. Veja abaixo:
Um padrão intencional?
Poderiam os apóstolos haver deixado um padrão intencional de igrejas domiciliares? Quais os efeitos práticos que as reuniões domiciliares poderiam ter, na vida da igreja? É um axioma de projeto que a forma segue a função. As crenças dos apóstolos, concernentes à função da igreja, foram naturalmente expressadas na forma que a igreja assumiu no primeiro século. Algumas das práticas das primitivas igrejas (domiciliares) devem ser consideradas:
1. O pilar mais significativo das igrejas domiciliares reside na sua teologia de comunidade. A igreja foi retratada pelos autores apostólicos através de termos que descrevem uma família. Os crentes são filhos de Deus (1 João 3:1), que nasceram em Sua família (João 1:12-13). O povo de Deus é, então, visto como parte de Sua família (Efésios 2:19 e Gálatas 6:10). Eles são chamados irmãos e irmãs (Filemom 1:2 e Romanos 16:1). Conseqüentemente, Cristãos devem se relacionar como membros de uma família (1Timóteo 5:1-2 e Romanos 16:13). Desse ponto teológico, de que esses filhos de Deus são uma família, originam-se muitas questões de práticas da igreja. A questão que surge é: qual cenário mais facilita nosso funcionamento como família de Deus?
2. Muitos estudiosos estão convictos de que a Ceia do Senhor foi originalmente celebrada semanalmente, como uma refeição completa, de comunhão (um Banquete Ágape). Cada igreja local deve ser como uma família (1 Timóteo 5:1-2) e uma das coisas mais comuns que as famílias fazem, é comer em grupo, isto é, juntos. As reuniões da igreja primitiva, organizadas ao redor da mesa do Senhor, eram tempos de formidável camaradagem, intensa comunhão e mútuo encorajamento (Lucas 22:16-19, 29-30, Atos 2:42, 20:7 e 1 Coríntios 11:17-34). Ao contrário de uma atmosfera de funeral, a Ceia do Senhor era uma antecipação da Ceia das Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:6-9). Quanto maior se torna uma determinada congregação, menos estilo familiar ela passa a ter. Também a Ceia do Senhor, como uma refeição completa, se torna mais impessoal e até mesmo impraticável. Então, nos séculos seguintes, quando a igreja abandonou as reuniões domiciliares, a Ceia do Senhor foi eventualmente despida de tudo, à exceção da ingestão simbólica de um pequeno pedaço de pão e de um copinho de vinho.
3. As reuniões da igreja primitiva eram nitidamente interativas (1 Coríntios 14, Hebreus 10:24-25, Efésios 19-20, Colossenses 3:16). Qualquer irmão podia participar verbalmente. O pré-requisito para qualquer coisa a ser dita era que fosse edificante, destinada ao fortalecimento da igreja. Ainda que falar em público fosse amedrontador para muitas pessoas, reuniões participativas eram (e são) mais adequadas a assembléias de grupos de tamanho tal que caibam numa residência, compostas de pessoas que se conhecem intimamente e que são verdadeiros amigos. Reuniões participativas são impraticáveis para grupos de grande número de pessoas. À medida que a sala de visitas foi substituída pelo santuário, os cultos interativos foram também substituídos pelos serviços religiosos.
4. As Escrituras estão repletas de comandos “um ao outro”. A igreja deve cultivar a responsabilidade, o espírito de comunidade e a prática da disciplina (Mateus 18:15-20). Esses ideais são mais facilmente exercidos nas congregações menores, onde as pessoas se conhecem e se amam. Igreja deve favorecer os relacionamentos. Um grande auditório, composto de pessoas que, em muitos casos, são completamente estranhas entre si, jamais atingirá esses objetivos com facilidade. O cristianismo nominal surge quando começa a ser facilmente perdido na multidão. Igrejas que se reúnem em residências melhor implementam a simplicidade, a vitalidade, a intimidade e a pureza que Deus deseja para a Sua igreja.
5. Na igreja do Novo Testamento podemos claramente identificar líderes (anciãos, pastores, supervisores), porém esses líderes dirigem mais pelo exemplo e pela persuasão do que pelo comando. O consenso de toda a congregação, obtido sob a liderança pelos anciãos, era primordial na tomada de decisões (Mateus 18:15-20), Lucas 22:24-27, João 17:11, 20-23, 1 Coríntios 1:10, 10:17, Efésios 2:19-20, 4:13-17, Filipenses 2:1-2, 1 Pedro 5:1-3). Alcançar consenso é possível numa igreja onde todos se conheçam, se amem, se apóiem, sejam pacientes uns com os outros e estejam comprometidos entre si. Por outro lado, quanto maior a congregação, maior também a impossibilidade da manutenção de relacionamentos e de canais de comunicação. Numa grande congregação, o pastor necessariamente atua mais como o presidente de uma empresa.
6. A igreja do primeiro século virou o mundo de pernas para o ar (Atos 17:6) e o fez usando o modelo do Novo Testamento de igreja, a igreja domiciliar. As igrejas domiciliares têm baixo custo, são geralmente dirigidas por leigos, podem se reproduzir facilmente e têm elevado potencial de crescimento, através do evangelismo. Precisamos pensar pequeno, de uma forma realmente grande! Deus jamais equiparou dimensão com habilidade. Paulo relembra que “… Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que são; para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus” (1 Coríntios 1:27-29).
7. O Novo Testamento conduz ao sustento generoso de missionários, evangelistas, anciãos qualificados e dos pobres (1 Coríntios 9, 1 Timóteo 5:17-18, 3 João 1:5-8). Qual grupo de crentes poderia ser mais capaz de inaugurar igrejas e dar assistência aos pobres – mil crentes organizados numa só igreja tradicional, que se reúne em seu próprio santuário, com escola dominical e ginásio esportivo para a família ou mil crentes reunidos em muitas igrejas domiciliares, agindo cooperativamente? Pesquisas em congregações cristãs nos Estados Unidos revelam que 80% dos recursos são dirigidos aos edifícios, equipes administrativas e programas internos, enquanto que apenas 20% vão para necessidades externas, incluindo evangelismo. Numa rede de igrejas domiciliares, essas porcentagens são facilmente invertidas. Livres das despesas de construção de grandes edifícios e de seus resultantes custos de manutenção e administração, as igrejas poderão investir grandes somas para custear obreiros e os necessitados.
8. Desde que se reunindo exclusivamente em residências, a típica congregação dos tempos apostólicos era pequena. Nenhum número específico é jamais citado nas Escrituras, mas não havia certamente mais pessoas do que poderia conter confortavelmente uma sala de visitas. O padrão era de pequenas, ao invés de grandes igrejas. Robert Banks, em Paul’s Idea of Community: The Early House Churches in Their Historical Setting, declara que durante o primeiro século, “a sala de visitas numa residência de tamanho médio poderia acomodar cerca de trinta pessoas confortavelmente – talvez mais metade disso em uma emergência… Assim, não é provável que uma reunião de ‘toda a igreja’ pudesse ultrapassar quarenta ou cinqüenta pessoas e poderia haver igrejas inclusive bem menores… Em nenhuma ocasião podemos pensar nessas reuniões como particularmente grandes… Até os encontros de ‘toda a igreja’ eram pequenos o bastante para que um relativo e íntimo relacionamento se desenvolvesse entre os membros” (Grands Rapids: Eerdmas, 1988, págs. 41-42).
Conclusão da primeira parte
Não estamos argumentando favoravelmente a que as igrejas se reúnam em domicílios apenas por argumentar. Estamos sugerindo que a igreja apostólica não construiu edifícios para os cultos devido, em grande parte, ao fato de que eles não eram necessários. Deus projetou a igreja típica para ter a dimensão de uma congregação domiciliar. As cartas que foram escritas para as várias igrejas do Novo Testamento foram de fato escritas para igrejas domiciliares. E, por isso, as instruções nelas contidas foram geradas para funcionar em congregações menores – elas jamais foram destinadas a ter eficácia em grandes grupos. Conseqüentemente, elas não funcionam em tais congregações. Tentar aplicar as práticas do Novo Testamento a grandes igrejas contemporâneas é tão antinatural quanto colocar vinho novo em odres velhos (Mateus 9:17).
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Como pode uma igreja manter uma família e seu lar como sua anfitriã? Algumas pessoas realmente têm o dom da hospitalidade e não se incomodam de acomodar os participantes dos cultos toda semana, porém admitimos que isso pode ser penoso. Existirá um problema se um dos cônjuges não concordar com o outro. Tipicamente, o cônjuge fora de sintonia (usualmente o marido), é insensível aos sacrifícios do outro (no mais das vezes a esposa) para hospedar a igreja toda semana. Como solução, os membros da igreja podem ajudar na limpeza e arrumação, antes e depois do culto. Talvez a melhor alternativa seja o rodízio semanal do local do culto, dentre aqueles que podem partilhar seus lares como local de reunião. É bom que todos aprendam a ser hospitaleiros! Além do mais, cada domicílio pode ter suas próprias regras, como: por favor, tire os sapatos quando entrar em casa; não deixe as crianças pularem sobre os sofás; não comam na sala de estar, etc.
E se as casas forem pequenas demais para reuniões? Este pode ser um problema real. Claro, na China as casas são pequenas, mas ainda assim os chineses se reúnem nelas! Uma alternativa é ampliar a sala onde as reuniões serão realizadas; outra solução pode ser a derrubada de alguma parede, fazendo de dois ambientes um só, mais amplo; o uso da garagem também pode ser considerado. Se tudo isso falhar, o aluguel de um apartamento tipo “quitinete” ou solução similar pode funcionar, desde que o objetivo não seja acomodar mais pessoas do que as que caberiam numa residência de tamanho médio.
Como podemos evitar que os vizinhos reclamem dos carros? (Nota do tradutor: nos Estados Unidos, país do autor deste artigo, as normas e os costumes quanto ao estacionamento de veículos em bairros residenciais são diferentes dos encontrados no Brasil). Fazer um rodízio semanal dos cultos entre várias residências, estacionar apenas em um dos lados da rua, usar o mais possível o espaço das entradas e garagem do domicílio onde se realiza o culto, deixar os carros no estacionamento de alguma escola ou prédio comercial próximo, etc. Lembre-se também que a idéia é criar uma nova igreja depois que a original começa a ficar superlotada.
Quais os tipos de danos materiais que hospedar uma igreja pode causar? Refrigerante derramado, comida caída no sofá, riscos de lápis no chão e na toalha de mesa, pegadas de barro no piso, etc. Durante um culto, uma adolescente atravessou uma porta de vidro fechada. Esteja mentalmente (e com a caixa de primeiro socorros) preparado para acidentes.
Como manejar uma situação em que alguma criança visitante ou o filho de algum casal recém-admitido no grupo, não seja bem-vindo? Os padrões de comportamento social aceitável de alguns casais são muito diferentes dos padrões de outros. Poderá chocar e admirar a você até onde pode ir a indiferença de certos pais quanto ao comportamento destrutivo de seus filhos. Nesses casos, você deve, calma, polida, mas firmemente, pedir a eles que controlem seus filhos. (E espere que eles se ofendam, não importa o tato que você tenha empregado ao abordá-los!) Sem dúvida, eles não têm as idéias adequadas sobre como controlar seus filhos – então, esteja preparado para ajudá-los na educação das crianças. Tenha um bom suprimento de livros sobre o assunto, que possa doar a esses pais.
Cultos domiciliares não são fáceis, mas são o caminho determinado pelo Novo Testamento.
Rev. 14/12/06
Tradução de Otto Amaral
Se você fala português e deseja algum esclarecimento sobre a igreja apostólica ou sobre o artigo acima ou quer fazer algum comentário sobre o mesmo, entre em contato com Otto Amaral no Brasil, pelo e-mail: ottoamaral@uol.com.br
1Steve e sua esposa Sandra vivem em Atlanta (Geórgia, EUA) e educam em casa seus três filhos. Steve é graduado Mestre em Divindade pelo Mid America Baptist Theological Seminary e serviu por sete anos como pastor da Igreja Batista do Sul. Ele demitiu-se em 1990 para trabalhar com as
igrejas domiciliares. Esteve é agora ancião em duas dessas igrejas, professor, palestrante itinerante e presidente da New Testament Restoration Foundation (Fundação para Restauração do Novo Testamento).